28 dezembro 2006

730 dias a embirrar



A gerência do estabelecimento agradece a todos quantos passaram por aqui ao longo dos últimos dois anos. Obrigada e voltem sempre.

26 dezembro 2006

Permuta


Quadro superior numa empresa sem aquecimento por repositor na Fnac Chiado (de preferência no piso de baixo).

21 dezembro 2006

That's when the audience died


Ou sou eu que ando distraída, ou o panorama musical (detesto esta expressão, mas é a única que me ocorre agora) é desolador. Está tudo inventado. A prova está aqui ao lado, com Lloyd Cole a cantar Perfect Skin há 22 (!) anos: era perfeito na altura e continua a sê-lo agora. À excepção de Jeff Buckley, Thom Yorke e Owen Pallett (sobre quem tenho grandes expectativas, a ponto de lhe roubar o título do post), poucos compositores chegaram ao génio e inteligência de Lloyd Cole e nenhuns, repito, nenhuns, conseguiram transmitir a mesma honestidade na composição e na interpretação. É só voltar a Rattlesnakes, está lá tudo. Ou a Antidepressant, de 2006.

Tudo o resto são remisturas do passado (umas assumidas, outras nem por isso) perante as quais, consequentemente, the audience died. Temos pena. Pode ser que 2007 seja melhor.

P.S. Jeff Buckley e Thom Yorke já passaram por cá várias vezes. Owen Pallett (aka Final Fantasy) ainda não e, por isso, pode ser ouvido aqui.

14 dezembro 2006

A língua portuguesa, essa grande embirrante


Só para dizer aos senhores da "Plataforma Não Obrigada" que a coisa lhes saíu um pouco pela, digamos, culatra. Escrito assim, sem vírgula, o que eles estão a dizer é "[IVG] não obrigada [só de livre vontade!]". Tsss, tsss....

Corner of the earth


Uma canção atípica dos Jamiroquai (álbum A Funk Odyssey, de 2001), que vai sempre bem com espíritos mais ou menos natalícios. O som está um bocado mau mas, como diz o meu pai, "é o que há".

13 novembro 2006

Aeropost


Ora aqui está o verdadeiro post sem assunto! Mas o wireless do aeroporto de Lisboa e o atraso do voo estavam mesmo a pedi-las... A ver se agora, que começam as férias, tenho mais tempo para escrever. Como dizem os outros, até já!

27 outubro 2006

Cellphone's Dead


Beck, de volta ao formato "em bom". The information, 2006.

24 outubro 2006

Serviço público



O Arquivo Municipal de Lisboa tem milhares de fotografias como esta*, à distância de uma busca aqui. Isto sim, são coisas fantásticas!

P.S. O mérito da descoberta vai todo para o Corta-fitas. Obrigada!

* Crianças e aguadeiros no chafariz d'El Rei, Alfama, 1907. Foto de Joshua Benoliel.

19 outubro 2006

Evidence


Faith no More, em versão cool (ou, o charme irresistível de Mike Patton). No album King for a day, fool for a lifetime, de 1995.

29 setembro 2006

Harrowdown Hill


Thom Yorke, inconfundível, mesmo quando a solo. The Eraser, 2006.

28 setembro 2006

"Há coisas fantásticas, não há?"



A nova campanha da Netcabo, com três Teresinhas "prontas para surfar sem limites", levou um conjunto de 42 pessoas (de 13 nacionalidades diferentes) ao Bali, para fazer o filme que vamos ter que aturar na televisão até Março. Quem já o viu perguntará porque raio, para filmar umas cenas de surf, será preciso ir para o Bali... não haverão ondas em Portugal (por exemplo) capazes de ilustrar o "fim dos limites de tráfego"? Não. "Nesta altura do ano, o sítio com a melhor ondulação era no Bali" (produtor José Neto dixit). Simples, portanto. Aliás, com 4-milhões-de-euros-4 para gastar, não há campanhas difíceis.

Sem, obviamente, menosprezar o poder de uma boa campanha de comunicação, pergunto-me se a marca Netcabo seria menos "jovem e cool" (argumento de Pedro Leitão, administrador da PT Multimédia, para justificar o investimento) se a onda gigante que aparece no filme fosse, digamos, um bocadinho menos gigante. O que é que há de fantástico naquele filme? O que é que, naquele filme, justifica uma produção no Bali? Nada! A não ser, claro, os seus bastidores: as viagens, as praias, as comidas exóticas, o salutar convívio entre o staff e as Teresinhas, enfim, tudo aquilo que não acrescenta nem retira nada à campanha propriamente dita, mas que - oh, vil destino! - faz parte do pacote.

Pergunta que se impõe: que gestores são estes, que aprovam todo o tipo de delírios megalómanos das agências de publicidade? Que gestores são estes, que não reconhecem um mero golpe de oportunismo? E que agências são estas, que vendem este tipo de "criatividade"? Vejamos: a ideia da campanha é comunicar a navegação sem limites na Internet – vulgo surfar - por isso, hum, deixa ver... põe-se as Teresinhas a fazer surf? Não, isso é muito óbvio... já sei, põe-se as Teresinhas a fazer surf no Bali! Uau, que golpe de imaginação fantástico! Quelle pièce de résistence!

Fonte (das citações e factos): Meios e Publicidade, 22.09.2006.

22 setembro 2006

Oceans


Um dos concertos que entrou directamente para o meu Top 5 (já foi há algumas semanas, mas eu tinha que dizer isto!).

Oceans é a primeira música do Lado B do album Ten e, não sei se é da batida, da guitarra, da voz do Eddie Vedder - ou de tudo isso - mas há ali qualquer coisa que me faz fechar os olhos, recostar e... levitar. Uma, duas, muitas vezes. Experimentem.

Y, además, tiene cojones!


Finalmente, alguém que não tem medo de dizer, bem alto, aquilo que [toda a gente] pensa...

"El presidente del Gobierno, José Luis Rodríguez Zapatero, expresó ayer su "plena comprensión y respaldo" al Papa tras la polémica sobre sus palabras en la Universidad de Ratisbona, que ofendieron a una parte de la sociedad musulmana. Zapatero aprovechó la sesión de control del Senado para, al final, en una intervención insólita ante los medios de comunicación, lanzar el mensaje de apoyo a Benedicto XVI."

20 setembro 2006

Não há coincidências II











Longe vão os tempos em que não havia internet nem televisão por satélite e em que as viagens ao estrangeiro eram privilégio de uma minoria. Nessa altura, era fácil copiar uma campanha ou um artigo de opinião estrangeiros (entre outras coisas) sem que ninguém desse por nada e, com isso, fazer grandes brilharetes por cá (estou a lembrar-me, a propósito, de uma crónica hilariante de Miguel Esteves Cardoso, algures no início dos anos 80 – essa e outras reunidas mais tarde no Escritica Pop - em que ele dizia que era muito fácil ser crítico musical em Portugal: bastava ir a Londres, comprar o New Musical Express e, digamos assim, fazer uma tradução).

Hoje, felizmente, as coisas são muito diferentes e a informação está à distância de um click no Google; o que, como se vê pelas fotos acima, é uma grande maçada para quem se acha mais esperto que os restantes mortais. Mais, com o surgimento da blogosfera - que é precisamente onde andam a maior parte desses maçadores cujo único objectivo é chatear os outros – a circulação de informação e de opiniões tornou-se mais rápida e, porque é livre (ou seja, não tem que responder perante a administração), mais eficaz; de tal forma que os próprios jornais começam a dar atenção ao que por lá se escreve, just in case

Por tudo isto, parabéns ao Destaques a Amarelo, que descobriu a fonte inspiradora da campanha da Super Bock, e ao Meios & Publicidade*, que divulgou a descoberta.

* Ao contrário do que se escreve no jornal, o blogue em causa não é "anónimo" e, por isso, a questão da "desigualdade entre os blogs e as agências" (porque o anonimato defende os primeiros) não se coloca.

15 setembro 2006

Candy


Ouvi isto* um dia destes e lembrei-me que, na altura (1990), achava piada a esta música (apesar de não ser particularmente fan nem de Iggy Pop nem, muito menos, de B-52's); devia ser da combinação de vozes, aquele "beautiful, beautiful girl from the north" dele com o "yeah, well it hurt me real bad when you left" dela... Enfim. Para ficar por aqui até ver, literalmente.

* no album "Brick by Brick", dele.

08 setembro 2006

Verdes são os campos


...e foi então que a Sãozinha, do alto do seu roupão chinês, respondeu ao Mário Crespo que sim, que a Câmara de Setúbal tinha dificuldade em sair do buraco financeiro porque era prejudicada pela existência de duas áreas protegidas no seu concelho: o Parque Natural da Arrábida e a Reserva Natural do Estuário do Sado...

Mas, ó Sãozinha, então não era na sua lista que estava aquele partido, os Verdes ou lá o que é, que têm aquela mania da natureza e... ai isso era na lista do Carlitos? Ah, está bem, sendo assim...

Uma grande maçada, diz muito bem!... Pois se não vinham muito mais a calhar uns prédios e assim, que os senhores que os fazem até costumam dar uns cheq... ah, compreendo, não é para divul... Sim, sim, um verdadeiro desperdício, é o que é... e depois queixam-se que isto não vai a lado nenhum...

01 setembro 2006

The killing moon


Under blue moon I saw you...

Para nostálgicos incorrigíveis dos anos 80. Echo & the Bunnymen, em 1984.

28 agosto 2006

Top Five* das músicas que arrepiam


Mais do que cinco, não necessariamente por esta ordem nem necessariamente só estas:

La Folie - The Stranglers (La Folie, 1981)
Saudade - Herois do Mar (Herois do Mar, 1981)
Song to the siren - This Mortal Coil (It'll end in tears, 1984)
A Sombra - Madredeus (Os dias da Madredeus, 1987)
Marlene Dietrich's favourite poem - Peter Murphy (Deep, 1990)
Lilac Wine - Jeff Buckley (Grace, 1994)
Street Spirit - Radiohead (The Bends, 1995)
El Payande - Lhasa de Sela (La llorona, 1998)
Paloma - Caetano Veloso (BSO de Habla con ella, 2002)

Top em aberto, aceitam-se vetos, votos e sugestões!

* É o que dá andar a rever filmes!

16 agosto 2006

Não há coincidências



Pior que uma campanha de comunicação grotesca é uma campanha de comunicação grotesca plagiada. Dúvidas? É só comparar esta com esta.

Medo


Em Setembro começa a ser distribuído em Portugal o "Diz que disse". Trata-se de um jornal gratuito e, dizem eles, cor-de-rosa.

11 agosto 2006

Muy bien, muy bien...



Comédia kitsch-porno-light, ou um dos filmes Espanhois mais divertidos dos últimos tempos (2003).

* ver trailer aqui.

01 agosto 2006

Heartbeats


Cool, muito cool. José Gonzalez*, já este domingo, na tenda do Sudoeste.

* ver post de 24.02.2006.

04 julho 2006

Six feet under




Já não basta o aperto na consciência, o safanão de realismo e a inevitabilidade da morte, ainda temos que ouvir músicas como a que começa nesta cena e vai até ao fim do episódio: Arcade Fire, Cold Wind, composta propositadamente para aqui.

P.S. f., ou six feet ou sete palmos; "seven feet" é que não...

03 julho 2006

Fade out...


Street Spirit, do album The Bends (1995), dos Radiohead. Desta vez sem publicidade (uff!), e com a necessidade de carregar no play (ou seja, só mesmo para interessados!).

02 julho 2006

Só mais um começo






"....é que hoje eu sinto-me vivo,
seja porque motivo for.
É só mais um começo..."


Pluto (no Maxime, ontem)

Ricardo mãos de leão


Pronto(s), é sobre o Mundial. Não resisti, nunca tinha visto nada assim. Allez!

29 junho 2006

Femme fatale


Sob a capa do Red, Hot and Blue (1990), Sinead O'Connor como nunca a tínhamos visto.

(não consegui retirar a publicidade inicial, mas penso que, ainda assim, vale a pena esperar uns segundos).

12 junho 2006

Sympathy for the devil


Please allow me to introduce myself: The Neptunes, aliás N.E.R.D., aliás Pharell Williams. Todas as caras do diabo, tentadoras até para quem, como eu, nem sequer gosta muito de Rolling Stones.

09 junho 2006

Revistas femininas


ELA: não sei qual delas hei-de comprar...
ELE: aquela ali tem um artigo sobre férias, esta aqui tem um artigo sobre...
ELA: não é isso, não sei se hei-de comprar a que traz os chinelos ou a que traz a mala ou a que traz o desodorizante ou a que traz a t-shirt...

Passa-se isto assim assim


Hilariante. De rir a bandeiras despregadas. De rebolar de riso. De ir às lágrimas. De correr para limpar as ditas, antes que o chefe veja. Pior, que nos reveja.

06 junho 2006

Ladyflash


The Go! Team: deliciosamente retro (embora de 2005), funk, hip-hop, pop, rock and so ever... divertimento em estado puro.

(Atenção à coreografia. Vou ali comprar uma corda e já volto).

31 maio 2006

The good ones


The Kills, na janela. Para matar saudades do casal Vivi e Hotel, no Sudoeste de 2005.

29 maio 2006

Farewell the ashtray girl...


Placebo, SBSR: a saber a pouco. Apenas um encore (imposição do festival?) e músicas essenciais por tocar: This picture, Special needs e Pure Morning, por exemplo. Valeu a pena, mas ficou (literalmente!) a milhas do concerto do Sudoeste, em 2001.

Para compensar, a janela abre hoje com Because I want you, do novo Meds.

23 maio 2006

Janela indiscreta


A partir de hoje o Embirrante abre uma nova janela (é favor olhar ligeiramente para a esquerda... exacto, é essa!): a ideia é ter (pelo menos!) uma paisagem diferente por semana.

Para a inauguração de hoje confesso que hesitei entre um qualquer vídeo de Jeff Buckley - who else? - e este "The unforgettable fire", do álbum dos U2 com o mesmo nome (de 1985). Optei por este (mas o Jeff está ali mais abaixo, com "Grace") porque sempre gostei imenso desta música (e deste álbum, o primeiro com a produção de Brian Eno/Daniel Lanois, que marca uma viragem quer no som da guitarra de The Edge, quer até na voz de Bono - menos esganiçada e muito mais quente).

Para a semana há mais.

22 maio 2006

Compro, logo existo


Pior que o número crescente de centros comerciais em Portugal é a quantidade de gente que vê na abertura de um novo espaço deste tipo a oportunidade de existir. Existe porque vai, porque está, porque compra (leia-se: “eu também fui, eu também estive, eu também tenho”). No novo El Corte Inglês de Gaia, e a acreditar na notícia do DN, às 6h (seis!) da manhã já havia gente à porta, à espera da abertura oficial para poder entrar. Consequentemente, às 11h da manhã já centenas de pessoas faziam compras no supermercado, fascinadas com o progresso que chegava sob a forma de jamón serrano e tortilla para microondas.

No segundo dia de abertura ao público do espaço comercial do Campo Pequeno, mais de metade das lojas e restaurantes continuavam furiosamente em obras, em plena corrida contra o tempo já esgotado; ainda assim, o barulho dos berbequins e a poeira no ar não foram suficientes para demover as largas dezenas de pessoas que aguardavam vez para almoçar, na fila da “Loja das Sopas” (repito: dezenas de pessoas ao barulho e ao pó, de pé, em fila, à espera para pegarem num tabuleiro com um balde de sopa e irem, com o dito nas mãos, sentar-se numa das mesas no meio do estaleiro).

Que raio de país é este? Estaremos a criar monstros?

20 abril 2006

Les uns et les autres


A Carris faz hoje greve como forma de protesto contra os aumentos salariais (considerados baixos) e a forma unilateral de decisão sobre os mesmos. Ora, numa empresa que conheço bem, todas as decisões deste tipo são unilaterais e há dois anos que não há aumentos salariais. Curiosamente, ninguém faz greve.

18 abril 2006

Mesa de mistura (43)










Conhecer Lampshade, Let's away
Revisitar Echo & the Bunnymen, Ocean rain (1984)
Ouvir sempre Tindersticks, Curtains (1997)

Breve justificação da escolha, que o tempo é curto:

Lampshade: ideal para quem gosta de The Sundays, tal é a semelhança entre as vozes de RebekkaMaria Andersson e Harriet Wheeler.

Echo & the Bunnymen: Ocean Rain é bem capaz de ser o seu melhor album. É lá que estão Killing Moon e Seven Seas, por exemplo.

Tindersticks: porque a música e a voz arrastada de Stuart Staples são intemporais. Para ouvir nos dias em que apetece ficar algum tempo sem (ter que) fazer cd-zapping.

Pescadinha de rabo na boca


O presidente da Comissão de Ética da Assembleia da República foi um dos que faltou à votação da passada quarta-feira por, de acordo com declarações à TSF, "estar a preparar um conjunto de questões" relacionadas com o debate de hoje e amanhã sobre a ética na política. Detalhe: uma das "questões" deste debate vai ser precisamente a falta de quorum que impediu a referida votação. Confuso?

04 abril 2006

(Amazing) Grace


Porque hoje é dia de festa. E porque me apetece sempre ouvir Jeff Buckley:


Prioridades


Sabemos que estamos a envelhecer quando a vontade de mudar o mundo dá lugar à de mudar os armários da cozinha.

31 março 2006

Mesa de mistura (42)










Conhecer Legendary Tiger Man, Masquerade
Revisitar Style Council, Our favourite shop (1985)
Ouvir sempre Calla, Televise (2003)

Legendary Tiger Man é o alter-ego de Paulo Furtado, ou melhor, do "one man band"; rock e blues com uma alma enorme, talvez até demasiado grande para o establishment aqui do burgo - uma vez que vai totalmente contra aquilo que é suposto os "artistas" fazerem e o "público" comprar. Nesse sentido, não poderia ser mais honesto mas, como tal, arrisca-se a passar ao lado dos tops. Mas... não é precisamente isso que define o verdadeiro artista?

Style Council, porque a nostalgia dos 80 é (quase) inevitável e, sobretudo, porque "shout to the top" é fantástico para animar qualquer alma empedernida.

Calla: tenho que confessar que se trata de uma descoberta muito recente, em noite de desgarrada frente ao leitor de cd's. Consta que são americanos e que ficaram sobretudo conhecidos (embora, em bom rigor, ainda façam parte da ala das "promessas a seguir com atenção") a fazer as primeiras partes dos Interpol e dos Ambulance. O album é um pouco sombrio (no bom sentido!), ou seja, excelente para quando não se está numa de ouvir o grupo anterior.

24 março 2006

Mesa de mistura (41)










Conhecer Dead Combo, Vol.II Quando a alma não é pequena
Revisitar Then Jerico, First (the sound of music) (1987)
Ouvir sempre Lloyd Cole, Don't get weird on me babe (1991)

Dead Combo é, literalmente, um combo fantástico de música do mundo com fortes raízes na (guitarra) portuguesa. O som faz-nos ter saudade de qualquer coisa que está por descobrir, mas a culpa deve ser do fado que paira sobre o contrabaixo, numa espécie de banda sonora para imagens que se avistam da janela, numa rua qualquer... Estranho? Seguramente! Mas, depois de ouvir Dead Combo, percebe-se que, afinal (e felizmente!) ainda não está tudo inventado. Falta só inventar aquilo que eles hão-de fazer a seguir. Ficamos todos à espera.

Provavelmente já poucos se lembrarão desta banda (que até esteve em Lisboa e cujo maior – único? – êxito, "The big area", nem sequer está neste álbum) mas, de vez em quando, apetece-me ouvir o baixo em "The motive". E tentar acompanhar o refrão de "The hitcher".

No tempo em que os discos tinham Lado A e Lado B, devo ter gasto o Lado B deste álbum. Experimentem ouvir muitas vezes "What he doesn’t know" ou "There for her" (vá lá, os cd’s até têm a vantagem de não riscar!...).

Passeio pelo sotão




E pensar que este foi o primeiro-single-primeiro que comprei na vida, com o dinheiro de vários não-almoços na cantina da escola... nem me vou pôr a fazer contas ao tempo, para não ter mais arrepios (além dos causados pelo facto de ter voltado a ouvir esta música!).

21 março 2006

Dia Mundial do Sono


ZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz......

09 março 2006

Sinais dos tempos III


O clássico "Je t'aime, moi non plus", cantado originalmente por Serge Gainsbourg e Jane Birkin é agora cantado por duas mulheres: Cat Power e Karen Elson.

08 março 2006

Sinais dos tempos II


Hoje, nas Amoreiras, ao invés de flores, todas as mulheres receberam um útil conjunto de post-it, em cor-de-rosa.

Sinais dos tempos I


A revista (de culinária) Saberes e Sabores oferece, a quem fizer uma assinatura anual, uma máquina de barbear.

03 março 2006

... e em Portugal também!



Pelo menos é o que vem anunciado no site oficial do grupo. Embora por cá ainda não se tenha ouvido nada... É a 26 de Maio, o que me leva a suspeitar que se trata do inenarrável Rock in Rio (se for, temos pena, mas não me apanham lá...).

24 fevereiro 2006

Mesa de mistura (40)










Conhecer José Gonzalez, Veneer
Revisitar A-ha, Hunting high and low (1985)
Ouvir sempre Kings of Convenience, Quiet is the new loud (2001)

O folk está de volta: seja em versão flower power (Devendra Banhart) ou chic (Kings of Convenience), o facto é que cada vez mais músicos estão a regressar ao acústico.

Tanto José Gonzalez como os Kings of Convenience (o primeiro na Suécia, os segundos na Noruega) parecem inspirar-se em Nick Drake (o que só lhes fica bem) e Simon and Garfunkel (hum… pois). No entanto, convenhamos, é difícil para um músico que pega numa guitarra acústica e canta em tom intimista não ser imediatamente apelidado de "novo Nick Drake", ou "Paul Simon, em bom"...

Mas vamos por partes: José Gonzalez é filho de pais argentinos (daí o nome) e, segundo o próprio, as suas influências são sobretudo a bossa nova de João Gilberto (nota-se bem) e Joy Division (não consegui vislumbrar mas, se ele o diz…). Dessa mistura nasceu este álbum, que é uma óptima colecção de canções intemporais ("Heartbeats", por exemplo), bem cantadas (pelo próprio) e melhor tocadas. Em resumo: quem gosta de Nick Drake (lá terá que ser!) pode comprar o álbum sem ouvir antes.

Os Kings of Convenience dispensam apresentações: "Quiet is the new loud" (nome que traduz na perfeição este regresso do folk) é o primeiro álbum e, talvez por isso, o mais surpreendente (embora, em bom rigor, todos os outros – "Riot on an empty street" e "Versus" - se possam ouvir sempre). Enquanto esperamos pelo concerto da Aula Magna, no próximo dia 29 de Abril.

Finalmente, e para fechar a trilogia escandinava, os A-ha. Pura nostalgia, admito. Pop básico, pronto. Mas o vídeo de "Take on me" continua a ser fantástico e a melodia de "Hunting high and low" também.

22 fevereiro 2006

Eles andam aí


Já é possível ouvir a Radar online (para quem ainda não sabe, a Radar é a melhor rádio de Lisboa). Yessss!

Adenda: E também a partir daqui mesmo! É só clicar no play, ali do lado esquerdo.

17 fevereiro 2006

Mesa de mistura (39)










Conhecer Clap your hands say yeah, Clap your hands say yeah
Revisitar Classix Noveaux, La verité (1981)
Ouvir sempre Nick Cave and the bad seeds, The Boatman’s call (1997)

Provavelmente já não serão uma novidade para ninguém mas… mais vale tarde! Os Clap your hands say yeah são a prova que um site e um word-of-blog podem ser bem mais poderosos que uma editora discográfica. O som, não sendo completamente novo (ou não andassem por lá umas evidentes referências a Talking Heads – sobretudo nas semelhanças entre os trejeitos vocais de Alec Ounsworth e David Byrne - e a Neutral Milk Hotel), tem qualquer coisa de refrescante e, literalmente, independente: sem campanhas de promoção, sem relações públicas, sem os artigos de jornal encomendados e travestidos de opiniões isentas e desinteressadas. Melodias simples e despretensiosas, directamente de Brooklyn. .

10 fevereiro 2006

Mesa de mistura (38)











Conhecer Broken Social Scene, Broken Social Scene
Revisitar Depeche Mode, Music for the masses (1987)
Ouvir sempre Depeche Mode, Violator (1990)

A mesa de hoje é (quase) temática, tinha que ser. O concerto dos Depeche Mode ainda está na memória (desconfio que seja dos que vai ficar sempre) e, como tal, apetece revisitar toda a discografia. Relembrar, por exemplo, que "Behind the wheel" tem 19 anos. Fantástico, não? Podia ter sido escrito ontem. Aliás, se o fosse, talvez não soasse tão actual (assumindo que actual é uma qualidade).

Mais, os álbuns dos Depeche Mode ouvem-se de capa na mão:

"now let your mind do the walking,
and let my body do the talking"
(World in my eyes, Violator)

ou

"Now I'm not looking for absolution
Or forgiveness for the things I do
But before you come to any conclusions
Try walking in my shoes
You'll stumble in my footsteps"
(Walking in my shoes, Songs of faith and devotion, na Mesa de mistura 21)

Só para dar alguns exemplos.

Quanto a Broken Social Scene, confesso que só os descobri agora (existem desde 1999 e são de Toronto). Talvez porque, quando ouvi, reconheci a voz da Feist (no tema "7/4") e resolvi investigar. Imaginem então uma banda que pode variar entre os 5 e os 17 elementos, e cujos instrumentos vão desde xilofones a trombones; resultado: mais do que músicas, por vezes temos mini-sinfonias, que tanto podem ser frenéticas (noisy mesmo, convém avisar!) como cool. Vale a pena espreitar! (Quem gostar deste pode sempre repescar o "You forgot it with people", de 2002).

03 fevereiro 2006

Post(al)




"(...)
Já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o fôr.
Mais nada.
(...)"

Álvaro de Campos, Aniversário

(Para o Mastigador).

Mesa de mistura (37)










Conhecer Belle and Sebastian, The life pursuit
Revisitar INXS, Kick (1987)
Ouvir sempre GNR, Independança (1982)

(Actualização: um grande obrigada ao PGC, que me enviou um jpg com a capa do "Independança" em condições!)

31 janeiro 2006

Dias com cores



E uma imensa vontade de voltar.
(Loja em Jaipur, India. Outubro de 2005).

30 janeiro 2006

Triste Alegre


Já tinha desistido de escrever um post sobre os resultados de Manuel Alegre e, sobretudo, o facto deste não ter ainda percebido que aquele milhão e tal de votos foram mais votos contra qualquer coisa (a qual os respectivos votantes nem chegaram a saber muito bem o que era) que propriamente votos no candidato.

Acresce, ainda, que os votos para as presidenciais se esgotam com a eleição. Ponto. Não valem nem cadeiras no parlamento nem mesas em qualquer outra parte. Como se diz agora, valem o que valem (o que, neste caso, é nada: os segundos lugares são iguais aos terceiros que são iguais aos quartos que são iguais aos quintos...). Sendo assim, não percebo o que anda esta gente (Inêses Pedrosas, Alegres himselfs e quejandos) a fazer em reuniões para criar pseudo-movimentos de cidadania.

Et voilá!, foi precisamente por isso que desisti de desistir e, afinal, escrevo o post: Alegre, o cidadão, acaba de apresentar uma baixa fradulenta (chamemos as coisas pelos nomes, que diabo!) que o impede de ir trabalhar durante 15 (15!) dias, mas que não o impede de participar nas suas reuniões. Portanto, o homem que está acima dos partidos (mas que é funcionário de um há 30 anos) e que é vice-presidente da Assembleia da República, dá este exemplo fantástico de cidadania.

Caro Alegre: movimentos com cidadãos assim, não vale a pena. Não insista.

27 janeiro 2006

Mesa de mistura (36)


A mesa de mistura está de volta! E, como estamos em ínicio de ano, nada melhor que começar com três-discos-três todos para conhecer. Para a semana prometo voltar ao formato original.










Cat Power, The Greatest
Anja Garbarek, Briefly Shaking
Placebo, Meds

24 janeiro 2006

Video alert



O último episódio da série Sex and the City passa hoje na Sic, por volta das 0h.30m.

23 janeiro 2006

Casa Cavaco


A criatura fechou-se em casa até ter a certeza que ganhava, não fosse a coisa dar para o torto... só não percebi é o que estavam lá a fazer os jornalistas e as suas câmaras paparazzi; aquelas imagens bigbrotherianas da "sala Cavaco", da "familia Cavaco" a mastigar, da "Maria ao telefone", dos "netos de Cavaco a virem à janela" interessavam a quem? Please...

20 janeiro 2006

Contradições


Esta campanha foi estupidamente longa e penosa. Já não há pachorra para discursos eleitoralistas, maldizentes, oportunistas. Para feiras e mercados, reportagens no país real, sondagens-que-valem-o-que-valem, arruadas, bandeiras e comícios, autocarros cheios de "militantes", jantares-se-for-de-borla-assimcumássim-até-vou, professores, poetas, jovens-velhos, velhos-jovens, operários e ostracizados do sistema. O panorama é desolador. Mas mais desolador ainda será a campanha terminar hoje.

Memória RAM


Uma das coisas que mais confusão me fez na campanha eleitoral que agora acaba é a capacidade de “desmemorização” dos portugueses. De uma vez por todas, Cavaco Silva não esteve ausente da vida política portuguesa depois de ter sido primeiro-ministro: em 1996 protagonizou uma campanha para a Presidência da República e perdeu (para Jorge Sampaio).

Poderão sempre dizer-me, para o ilibar de responsabilidades, que Cavaco foi arrastado pela retumbante derrota do PSD nas legislativas do ano anterior; no entanto, basta puxar um pouco mais pela memória para nos lembrarmos que a) o PSD perdeu depois de 10 anos de, supostamente, excelente governação (ou seja, a culpa é do povo, masoquista e mal-agradecido) e b) o PSD perdeu depois de Cavaco ter fugido ao julgamento eleitoral e de ter mandado Fernando Nogueira no seu lugar, para recolher as cinzas.

Acho, por isso, estranho, que ninguém (leia-se, a oposição) tenha retomado o assunto (mesmo correndo o risco de, no caso do PS, serem confrontados com a fuga de Guterres). Não que fizesse alguma diferença em termos quantitativos (provavelmente não faria) mas, ao menos, não se assistia a este pseudo-regresso de Cavaco Silva em glória, qual Dom Sebastião, para salvar o país (com um bocado de sorte, no domingo vai estar nevoeiro e o quadro fica perfeito)!

Ainda nas presidenciais de 1996, tivemos também outro candidato que agora "bisa": Jerónimo de Sousa, então ainda um ilustre desconhecido do PCP (aproveitado por Carvalhas para encher os tempos de antena a favor do partido), que acabou por desistir da corrida a favor de Jorge Sampaio.

No entanto, e ao contrário de Cavaco, Jerónimo está, de facto, irreconhecível: não só ascendeu a secretário-geral do seu próprio partido como, mais ainda, o recolocou na pole position das corridas eleitorais, numa altura em que o PCP parecia já ter entrado em coma profundo. Portanto, antes, Jerónimo simplesmente não existia.

Começo a acreditar que esta memória curta dos portugueses não é mais que uma defesa, um querer acreditar que “desta vez vai ser diferente”, que “o que lá vai, lá vai”, que é possível “perdoar” (à boa tradição católica do país). Tudo bem, seja. O passado vale o que vale* mas, se calhar, já era tempo de irmos mudando de atitude, não?

* ver post anterior

19 janeiro 2006

Everything you know is wrong


Ocorreu-me esta frase depois de ler um artigo no DN de hoje, sobre a existência de um mapa mundo chinês de 1418 que, a ser verdadeiro, deita por terra os nossos descobrimentos. Assim, impiedosamente.

E se, de repente, os navegadores Portugueses não descobriram coisa nenhuma e apenas se limitaram a seguir o mapa? E se tudo o que sabemos está errado? O que se faz a 500 e tal anos de história, estórias e epopeias magníficas? Afinal (já) não fomos nós a dar novos mundos ao mundo?

17 janeiro 2006

L' état c'est moi


Como seria de esperar, Cavaco não está disponível para um debate com todos os candidatos (incluindo Garcia Pereira), na próxima sexta-feira. Como desculpa, invocou "motivos de agenda": só para a estatística, registe-se que a agenda da criatura começa com um périplo pela Av. da Igreja - em Lisboa - às 12h.00 e o que debate foi proposto para as 10h.00 - igualmente em Lisboa.

A prepotência já ganhou, e ainda nem chegámos a domingo.

11 janeiro 2006

Embirrações do dia


- o rádio da minha colega de trabalho que, além de estar num volume que obriga toda a gente a partilhar do seu inefável gosto musical, tem um som mais fanhoso que o das emissões da Radio One que eu ouvia, em onda curta, nos anos 80.

- os mails em cadeia, do tipo “se não mandar isto para 345 pessoas em 30 segundos vai ter má sorte durante os próximos 564 anos”. No início ainda me dava ao trabalho de responder ao remetente a barafustar (e, com isso, consegui que algumas pessoas me deixassem de mandar mails… de todo); agora limito-me apenas a apagá-los. Mas que me irritam, lá isso irritam. Ah! E os calendários com Brads Pitts nús também não vale a pena. Nem os power points com frases de Paulo Coelho ilustradas a ursos polares bebés. Recycle Bin à presidência!

09 janeiro 2006

O inferno são os outros


Na falta de melhor maneira para expiar o mal que a comunicação social anda a fazer a Mário Soares, o seu blog de apoio tem hoje um post de gosto duvidoso sobre Cavaco Silva*. Curiosidade: quem escreveu o post está claramente a assumir a derrota de Soares. Conclusão: o excesso de entusiasmo com a piadola resultou num redondo tiro no pé. Temos pena!

* E não estou com isto a apoiar o Cavaco, credo!

O rei vai nú


Vira-se o jovem skater para o jóve aspirante a Presidente da República:

Jovem skater, curioso: Você foi o primeiro Presidente da República de Portugal, não foi?
Jóve aspirante, professoral: Não, o primeiro foi o D. Afonso Henriques.
Jovem skater, desconfiado: Mas esse não foi rei?
Jóve aspirante, apanhado: Pois foi, pois foi...

Pois é, Dr. Soares, o povo não é assim tão básico como o senhor pensa.

05 janeiro 2006

Que nem pãezinhos quentes


A primeira novidade de 2006 está mesmo aí à esquerda: notícias em permanência, via jornal Público (finalmente o Embirrante serve para alguma coisa, pensarão vocês, com razão...). Caso mantenham a página aberta por algum tempo, convém irem fazendo um "refresh" para actualizar as notícias (sim, a minha ideia era que elas se actualizassem sozinhas - melhor, que fossem rodando, para dar um ar mais dinâmico à coisa - mas isso, meus amigos, ainda não sei como se faz...). Ah! E para saberem mais detalhes sobre cada notícia, basta clicar em cima da dita.

04 janeiro 2006

Já diz o ditado...


Há males que vêm por bem: afinal a queda de Sócrates foi mais grave do que se pensava, pelo que teremos o nosso PM de muletas durante os próximos 15 dias. Desta forma, Sócrates não vai poder participar activamente na campanha de Mário Soares. Imagino o alív..., perdão, a tristeza que deve estar a sentir.

Os discos de 2005


Confesso, não resisto a fazer uma lista dos cd's que mais gostei (e, consequentemente, mais ouvi) em 2005; a ordem é arbitrária.

ANTONY AND THE JOHNSONS I'm a bird now
BLOC PARTY Silent Alarm
BRAZILIAN GIRLS Brazilian Girls
PATRICK WOLF Wind in the wires
THE KILLS No wow
ANDREW BIRD & THE MYSTERIOUS PRODUCTION OF EGGS Bowl of fire
GORILLAZ Demon Days
EDITORS The back room
DEPECHE MODE Playing the Angel

São de 2004, mas ouvi-os sobretudo em 2005:

JOANNA NEWSON The milk-eyed mended
NOUVELLE VAGUE Nouvelle Vague
INTERPOL Antics

Promessas para o início de 2006:

CAT POWER The greatest (não, não é um "greatest hits"!)
PLACEBO Song to goodbye (via Planeta Pop)