30 dezembro 2004

Os paraquedistas

É certo que já não se espera muito (ou mesmo nada) de Luis Filipe Menezes... Mas esta notícia da sua candidatura pelo círculo de Braga faz-me reflectir de novo na questão dos candidatos paraquedistas. Em vez de se escolher o mais qualificado para representar o respectivo círculo na Assembleia da República, escolhe-se aquele que poderá arrecadar mais votos para o partido. Tão-só. Conhecer o círculo, as pessoas, as necessidades, cumprir o mandato caso seja eleito são coisas de somenos.

O senhor acima admite mesmo que o (seu) cumprimento do mandato depende do "quadro político que se seguir às legislativas". Por outras palavras, conforme o partido que ganhar, conforme os amigos e inimigos com os quais terá que partilhar o poder, conforme o que lhe apeteça fazer em relação a Gaia (já assegurou que será de novo candidato), conforme qualquer coisa. Menos Braga, claro. E o problema maior é que nem Luis Filipe Menezes nem o PSD estão sozinhos; a tentação do voto fácil atinge todos os partidos. Assim, é difícil acreditar que Portugal seja algum dia um país "crescido".

29 dezembro 2004

Espelho meu

Luis Delgado escreve hoje no DN um artigo sobre os pecados nacionais. É o melhor auto-retrato que vi alguém fazer nos últimos tempos...

28 dezembro 2004

Importa-se de repetir?

A publicidade da Santa Casa da Misericórdia relativa à lotaria de Ano Novo sugere uma lista de coisas que se podem fazer com o dinheiro ganho: "carro novo", "férias novas", "mota nova", "piscina nova", (etc.), até chegar (em lugar ilegível para os mais apressados) a um inenarrável "sogros novos". Que quererá isto dizer? Que, caso sejamos bafejados com o prémio, devemos trocar o cônjuge actual (sogros incluídos) por outro (presume-se que melhor, mais recente, com mais cilindrada e mais cavalos) para, dessa forma, ganharmos "sogros novos"?

Tsunami? Qual tsunami?

Ao contrário do que seria de esperar perante uma catástrofe como a que aconteceu na Ásia, as pessoas não estão a cancelar as férias. Algumas têm até o desplante de estar a banhos numa praia onde, um metro mais à frente, as equipas de salvamento continuam a resgatar corpos. Indiferença atroz? Sobranceria? Não percebo... Sugiro a essas pessoas que aproveitem o facto de já lá estarem (ou irem a caminho) para ajudar nos hospitais, na procura de todos quantos continuam desaparecidos, no resgate daqueles a quem o mar engoliu... nem que seja apenas por um dia. Por um momento. Por uma vida.

27 dezembro 2004

Já não era sem tempo!

Foi preciso um dia como este - em que todos estão de férias menos eu - para, finalmente, criar um blog! Ainda tenho dúvidas quanto ao nome, ao template e a tudo o resto, mas o mais importante está feito; agora é começar a postar, que se faz tarde...