31 janeiro 2006

Dias com cores



E uma imensa vontade de voltar.
(Loja em Jaipur, India. Outubro de 2005).

30 janeiro 2006

Triste Alegre


Já tinha desistido de escrever um post sobre os resultados de Manuel Alegre e, sobretudo, o facto deste não ter ainda percebido que aquele milhão e tal de votos foram mais votos contra qualquer coisa (a qual os respectivos votantes nem chegaram a saber muito bem o que era) que propriamente votos no candidato.

Acresce, ainda, que os votos para as presidenciais se esgotam com a eleição. Ponto. Não valem nem cadeiras no parlamento nem mesas em qualquer outra parte. Como se diz agora, valem o que valem (o que, neste caso, é nada: os segundos lugares são iguais aos terceiros que são iguais aos quartos que são iguais aos quintos...). Sendo assim, não percebo o que anda esta gente (Inêses Pedrosas, Alegres himselfs e quejandos) a fazer em reuniões para criar pseudo-movimentos de cidadania.

Et voilá!, foi precisamente por isso que desisti de desistir e, afinal, escrevo o post: Alegre, o cidadão, acaba de apresentar uma baixa fradulenta (chamemos as coisas pelos nomes, que diabo!) que o impede de ir trabalhar durante 15 (15!) dias, mas que não o impede de participar nas suas reuniões. Portanto, o homem que está acima dos partidos (mas que é funcionário de um há 30 anos) e que é vice-presidente da Assembleia da República, dá este exemplo fantástico de cidadania.

Caro Alegre: movimentos com cidadãos assim, não vale a pena. Não insista.

27 janeiro 2006

Mesa de mistura (36)


A mesa de mistura está de volta! E, como estamos em ínicio de ano, nada melhor que começar com três-discos-três todos para conhecer. Para a semana prometo voltar ao formato original.










Cat Power, The Greatest
Anja Garbarek, Briefly Shaking
Placebo, Meds

24 janeiro 2006

Video alert



O último episódio da série Sex and the City passa hoje na Sic, por volta das 0h.30m.

23 janeiro 2006

Casa Cavaco


A criatura fechou-se em casa até ter a certeza que ganhava, não fosse a coisa dar para o torto... só não percebi é o que estavam lá a fazer os jornalistas e as suas câmaras paparazzi; aquelas imagens bigbrotherianas da "sala Cavaco", da "familia Cavaco" a mastigar, da "Maria ao telefone", dos "netos de Cavaco a virem à janela" interessavam a quem? Please...

20 janeiro 2006

Contradições


Esta campanha foi estupidamente longa e penosa. Já não há pachorra para discursos eleitoralistas, maldizentes, oportunistas. Para feiras e mercados, reportagens no país real, sondagens-que-valem-o-que-valem, arruadas, bandeiras e comícios, autocarros cheios de "militantes", jantares-se-for-de-borla-assimcumássim-até-vou, professores, poetas, jovens-velhos, velhos-jovens, operários e ostracizados do sistema. O panorama é desolador. Mas mais desolador ainda será a campanha terminar hoje.

Memória RAM


Uma das coisas que mais confusão me fez na campanha eleitoral que agora acaba é a capacidade de “desmemorização” dos portugueses. De uma vez por todas, Cavaco Silva não esteve ausente da vida política portuguesa depois de ter sido primeiro-ministro: em 1996 protagonizou uma campanha para a Presidência da República e perdeu (para Jorge Sampaio).

Poderão sempre dizer-me, para o ilibar de responsabilidades, que Cavaco foi arrastado pela retumbante derrota do PSD nas legislativas do ano anterior; no entanto, basta puxar um pouco mais pela memória para nos lembrarmos que a) o PSD perdeu depois de 10 anos de, supostamente, excelente governação (ou seja, a culpa é do povo, masoquista e mal-agradecido) e b) o PSD perdeu depois de Cavaco ter fugido ao julgamento eleitoral e de ter mandado Fernando Nogueira no seu lugar, para recolher as cinzas.

Acho, por isso, estranho, que ninguém (leia-se, a oposição) tenha retomado o assunto (mesmo correndo o risco de, no caso do PS, serem confrontados com a fuga de Guterres). Não que fizesse alguma diferença em termos quantitativos (provavelmente não faria) mas, ao menos, não se assistia a este pseudo-regresso de Cavaco Silva em glória, qual Dom Sebastião, para salvar o país (com um bocado de sorte, no domingo vai estar nevoeiro e o quadro fica perfeito)!

Ainda nas presidenciais de 1996, tivemos também outro candidato que agora "bisa": Jerónimo de Sousa, então ainda um ilustre desconhecido do PCP (aproveitado por Carvalhas para encher os tempos de antena a favor do partido), que acabou por desistir da corrida a favor de Jorge Sampaio.

No entanto, e ao contrário de Cavaco, Jerónimo está, de facto, irreconhecível: não só ascendeu a secretário-geral do seu próprio partido como, mais ainda, o recolocou na pole position das corridas eleitorais, numa altura em que o PCP parecia já ter entrado em coma profundo. Portanto, antes, Jerónimo simplesmente não existia.

Começo a acreditar que esta memória curta dos portugueses não é mais que uma defesa, um querer acreditar que “desta vez vai ser diferente”, que “o que lá vai, lá vai”, que é possível “perdoar” (à boa tradição católica do país). Tudo bem, seja. O passado vale o que vale* mas, se calhar, já era tempo de irmos mudando de atitude, não?

* ver post anterior

19 janeiro 2006

Everything you know is wrong


Ocorreu-me esta frase depois de ler um artigo no DN de hoje, sobre a existência de um mapa mundo chinês de 1418 que, a ser verdadeiro, deita por terra os nossos descobrimentos. Assim, impiedosamente.

E se, de repente, os navegadores Portugueses não descobriram coisa nenhuma e apenas se limitaram a seguir o mapa? E se tudo o que sabemos está errado? O que se faz a 500 e tal anos de história, estórias e epopeias magníficas? Afinal (já) não fomos nós a dar novos mundos ao mundo?

17 janeiro 2006

L' état c'est moi


Como seria de esperar, Cavaco não está disponível para um debate com todos os candidatos (incluindo Garcia Pereira), na próxima sexta-feira. Como desculpa, invocou "motivos de agenda": só para a estatística, registe-se que a agenda da criatura começa com um périplo pela Av. da Igreja - em Lisboa - às 12h.00 e o que debate foi proposto para as 10h.00 - igualmente em Lisboa.

A prepotência já ganhou, e ainda nem chegámos a domingo.

11 janeiro 2006

Embirrações do dia


- o rádio da minha colega de trabalho que, além de estar num volume que obriga toda a gente a partilhar do seu inefável gosto musical, tem um som mais fanhoso que o das emissões da Radio One que eu ouvia, em onda curta, nos anos 80.

- os mails em cadeia, do tipo “se não mandar isto para 345 pessoas em 30 segundos vai ter má sorte durante os próximos 564 anos”. No início ainda me dava ao trabalho de responder ao remetente a barafustar (e, com isso, consegui que algumas pessoas me deixassem de mandar mails… de todo); agora limito-me apenas a apagá-los. Mas que me irritam, lá isso irritam. Ah! E os calendários com Brads Pitts nús também não vale a pena. Nem os power points com frases de Paulo Coelho ilustradas a ursos polares bebés. Recycle Bin à presidência!

09 janeiro 2006

O inferno são os outros


Na falta de melhor maneira para expiar o mal que a comunicação social anda a fazer a Mário Soares, o seu blog de apoio tem hoje um post de gosto duvidoso sobre Cavaco Silva*. Curiosidade: quem escreveu o post está claramente a assumir a derrota de Soares. Conclusão: o excesso de entusiasmo com a piadola resultou num redondo tiro no pé. Temos pena!

* E não estou com isto a apoiar o Cavaco, credo!

O rei vai nú


Vira-se o jovem skater para o jóve aspirante a Presidente da República:

Jovem skater, curioso: Você foi o primeiro Presidente da República de Portugal, não foi?
Jóve aspirante, professoral: Não, o primeiro foi o D. Afonso Henriques.
Jovem skater, desconfiado: Mas esse não foi rei?
Jóve aspirante, apanhado: Pois foi, pois foi...

Pois é, Dr. Soares, o povo não é assim tão básico como o senhor pensa.

05 janeiro 2006

Que nem pãezinhos quentes


A primeira novidade de 2006 está mesmo aí à esquerda: notícias em permanência, via jornal Público (finalmente o Embirrante serve para alguma coisa, pensarão vocês, com razão...). Caso mantenham a página aberta por algum tempo, convém irem fazendo um "refresh" para actualizar as notícias (sim, a minha ideia era que elas se actualizassem sozinhas - melhor, que fossem rodando, para dar um ar mais dinâmico à coisa - mas isso, meus amigos, ainda não sei como se faz...). Ah! E para saberem mais detalhes sobre cada notícia, basta clicar em cima da dita.

04 janeiro 2006

Já diz o ditado...


Há males que vêm por bem: afinal a queda de Sócrates foi mais grave do que se pensava, pelo que teremos o nosso PM de muletas durante os próximos 15 dias. Desta forma, Sócrates não vai poder participar activamente na campanha de Mário Soares. Imagino o alív..., perdão, a tristeza que deve estar a sentir.

Os discos de 2005


Confesso, não resisto a fazer uma lista dos cd's que mais gostei (e, consequentemente, mais ouvi) em 2005; a ordem é arbitrária.

ANTONY AND THE JOHNSONS I'm a bird now
BLOC PARTY Silent Alarm
BRAZILIAN GIRLS Brazilian Girls
PATRICK WOLF Wind in the wires
THE KILLS No wow
ANDREW BIRD & THE MYSTERIOUS PRODUCTION OF EGGS Bowl of fire
GORILLAZ Demon Days
EDITORS The back room
DEPECHE MODE Playing the Angel

São de 2004, mas ouvi-os sobretudo em 2005:

JOANNA NEWSON The milk-eyed mended
NOUVELLE VAGUE Nouvelle Vague
INTERPOL Antics

Promessas para o início de 2006:

CAT POWER The greatest (não, não é um "greatest hits"!)
PLACEBO Song to goodbye (via Planeta Pop)