28 fevereiro 2005

O despertar da mente


Pois é... só ontem vi o "The Motorcycle Diaries". Gostei imenso. E o facto de se tratar de um filme sobre Ernesto Guevara antes de ser "Che" não interessa muito para o caso, ou mesmo nada. Acima de tudo é um road movie, um diário de viagem e das suas inevitáveis consequências sobre os próprios viajantes: o despertar das consciências (pessoal e social), a descoberta de que há mais mundo para além do nosso. Valeu a pena.

25 fevereiro 2005

Portas fechadas


Nomear quatorze ministros a fingir é fácil... difícil mesmo é encontrar um presidente a sério para um partido remetido à oposição...

Mesa de mistura (2)




Conhecer Nouvelle Vague, Nouvelle Vague
Revisitar Air, Moon Safari
Ouvir sempre Massive Attack, Protection

22 fevereiro 2005

Só desisto se for eleito


Santana voltou atrás na sua decisão e anunciou que se vai demitir da liderança do PSD. Ou muito me engano ou, de ontem para hoje, recebeu um convite de José Eduardo Moniz para entrar na próxima edição da Quinta das Celebridades.

21 fevereiro 2005

São rosas, senhor, são rosas!


E pronto, tinha que ser. A mudança era demasiado urgente para não ser clara. As pessoas votaram em força para derrubar a direita e, ao contrário do que se costuma dizer, não tiveram "memória curta": a hecatombe do PSD não deu votos ao PP, antes o arrastou consigo. A postura de estado de Paulo Portas não funcionou. Por mais que dissesse o contrário, o seu governo e o de Santana foram um e o mesmo governo... grande azar, as pessoas estavam atentas e perceberam a jogada.

Ainda assim, confesso que não esperava uma derrota tão estrondosa de Paulo Portas. Pensei que, no mínimo, segurasse a votação de 2002. Qual será, agora, o futuro do PP? O PP é, literalmente, Paulo Portas. Com a sua demissão, o PP vai passar a chamar-se o quê? PdL...? NG...? LX...? TC...?

Santana, pelo contrário, não só não se demite como - imagine-se! - se propõe disputar a liderança do PSD... é, no mínimo, de uma falta de vergonha atroz. O homem está agarrado ao poder, por mais que batam na incubadora. Pior, como ficou claro no discurso de ontem, inicia agora uma nova etapa: vingar-se dos "grandes" que o deixaram sozinho. Espero, para bem da governação, que seja corrido da liderança do partido. De que serve a oposição do PSD a um governo com maioria absoluta se o líder é Santana? É saudável para a democracia que toda a oposição esteja atenta, que saiba contestar - sempre que tal for necessário - as decisões do PS mesmo que, em termos práticos, isso não o impeça de fazer tudo o que lhe aprouver.

O Bloco de Esquerda triplicou a sua votação. Embora, face à maioria do PS, se possa dar ao luxo de continuar "apenas" a ser do contra, é bom que faça por merecer a confiança de (pelo menos) todos quantos votaram nele; que seja uma oposição construtiva, que marque a diferença. Tem massa crítica para isso.

A vitória da CDU é, tão-só, uma vitória pessoal de Jerónimo de Sousa. Desenganem-se, por isso, os que acreditam que alguma coisa mudou na CDU além do seu líder: Jerónimo apenas se limitou a trocar a cassete pelo DVD que, além da imagem, tem um aspecto mais moderno. No entanto, o filme é o mesmo.

Sobre Sócrates, penso que já se disse tudo. A vitória caiu-lhe em cima, como cairia em cima de qualquer outro partido que concorresse com o PSD de Santana Lopes no Suriname ou no Burkina Fasso. Temo que seja um primeiro-ministro mal preparado e, ainda por cima, prepotente. Nem ontem, rodeado de colegas eufóricos, conseguiu disfarçar o seu mau feitio, acabando por fazer uma declaração de vitória desastrosa: dirigiu-se aos "camaradas e amigos" depois do país lhe ter dado uma maioria nunca antes vista e o seu (repetido) "conseguimos!" foi de uma frieza e falta de convicção confrangedoras. Tal como na campanha, tudo em Sócrates parece ensaiado, plástico, artificial.

Enfim, esperemos que tenha (ao menos!) o mérito de se saber rodear de ministros competentes e capazes de retirar o país da situação catastrófica em que se encontra. Não vai ser nada fácil.

18 fevereiro 2005

Mesa de mistura (1)




Conhecer Mercury Rev, The secret migration
Revisitar Us3, Hand on the torch
Ouvir sempre Jeff Buckley, Grace

Requiem


A campanha eleitoral acaba hoje. Para a memória (ou talvez não) fica um sem número de discussões inóquas (os boatos, os colos, os outdoors, os debates que o Guerreiro-Menino-Santana queria fazer a propósito de tudo e que depois cancelou a propósito de nada), de choques que dantes eram reformas e de metas que dantes eram promessas. Conclusão: nada, zero, o vazio absoluto.

Como já referi há dias, o que está em causa nestas eleições é, tão-só, a expulsão do governo. É um voto de rejeição, não de eleição e, como tal, não representa uma verdadeira escolha. Se tal fosse possível (ou seja, se não tivéssemos um sistema de quase bipartidarismo), seria até indiferente que ganhasse o partido x ou y, tal a urgência da mudança (o "não sei por onde vou, sei que não vou por aí", de José Régio, ilustra bem esta situação).

O facto de se ter atingido o grau zero da governação é, ao mesmo tempo, bom e mau para o governo que aí vem: bom porque lhe basta fazer pouco para parecer muito; mau porque não lhe bastará fazer muito para conseguir fazer bem.

Resta-nos, por isso, desejar que faça o melhor. Por todos.

17 fevereiro 2005

Mais valia estar calado


Excerto da entrevista de Ferro Rodrigues hoje, à Capital:

"Em relação a mim é uma questão [ser ministro] que está fora de causa, porque eu, há sete meses, era candidato a primeiro-ministro e ninguém compreenderia. Os portugueses não compreenderiam, e os socialistas também não, que agora fosse candidato a ministro. (...) Fica a pergunta de saber, se eu não tivesse tido a atitude bastante forte do ponto de vista político [demitir-se do cargo de Secretário-geral do PS] e contraditória com o senhor Presidente da República, se ele teria tomado, passado uns tempos, a decisão que tomou de convocar eleições".

O quer ele dizer com isto? Que se ficará a dever a ele o (novo) governo Socialista? Que o altruísta Ferro ofereceu o poder ao titubuante Sócrates? E um candidato a primeiro ministro já não pode ser "só" ministro porquê? Orgulho ferido? Birra? Medo? Quero-lá-saber-estou-farto-da-assembleia?

Mais, e qual é o interesse de vir fazer este tipo de comentários nesta altura do campeonato?

Os socialistas sempre gostaram de dar tiros nos pés... nunca hei-de perceber porquê.

A primeira das últimas sondagens


Segundo uma sondagem (realizada pela Universidade Católica) que o Público acaba de disponibilizar (aqui), o PS obterá a maioria absoluta no domingo. Os resultados ficarão assim ordenados:

PS: 46%
PSD: 31%
BE: 7%
CDU: 7%
CDS/PP: 6%

Teremos, a fazer fé nesta previsão, quatro vencedores (PS, por motivos óbvios; PSD, porque fica acima dos 30%, ou seja, acima do descalabro que se chegou a prever; BE, porque sobe 5 pontos percentuais face às últimas eleições legislativas; CDU porque, ao contrário do que tem vindo a acontecer, mantém o resultado de 2002 e não perde eleitores) e apenas um derrotado (o CDS/PP, a milhas dos almejados 10% e abaixo dos 8,7% de 2002).

No entanto, e como tenho dúvidas quanto a alguns números (nomeadamente o do CDS, que me parece demasiado baixo, e o do PSD, que é assustadoramente elevado), guardo os comentários para segunda-feira.

Mais, tendo em conta que os trabalhos de campo desta sondagem decorreram entre os dias 12 e 13 de Fevereiro (ou seja, no fim de semana, antes do "luto nacional", antes do debate e antes das alegações finais que ainda hão-de iluminar alguns indecisos), temo que estes resultados possam ter perdido alguma pertinência (não tanto no que diz respeito ao PS - já que o seu resultado ainda permite alguma variação sem, com isso, comprometer a maioria absoluta - mas mais em relação aos restantes partidos).

A ver vamos.

16 fevereiro 2005

O debate, pelos olhos do Barnabé


Fazia tenções de escrever qualquer coisa sobre o debate de ontem, mas o Rui Tavares (do Barnabé) antecipou-se e já disse tudo...

Ficamos assim.

"It's so unfair!"


Para quem queria votar em Santana Lopes mas não encontrava uma razão suficientemente válida, aqui está ela. Tenham pena, muita pena...



"Caro(a) Amigo(a),
Não pare de ler esta carta.
Se o fizer, fará o mesmo que o Presidente da República fez a Portugal, ao interromper um conjunto de medidas que beneficiavam os portugueses e as portuguesas.
Portugal precisa do seu voto para fazer justiça. Só com o seu voto será possível prosseguir as políticas que favorecem os que menos ganham e que exigem mais dos que mais têm e mais recebem.
Você não costuma votar, e não é por acaso.
Afastou-se pelas mesmas razões que eles nos querem afastar.
E quem são eles?
Alguns poderosos a quem interessa que tudo fique na mesma.
Incluindo a velha maneira de fazer política.
Eles acham que eu sou de fora do sistema que eles querem manter. Já pensou bem nisso?
Provavelmente nós temos algo em comum: não nos damos bem com este sistema. Tenho defeitos como todos os seres humanos, mas conhece algum político em Portugal que eles tratem tão mal como a mim?
Também o tratam mal a si. Já somos vários. Ajude-me a fazer-lhes frente.
Desta vez, venha votar. É um favor que lhe peço!
Por todos nós,
Pedro Santana Lopes"


(Carta de Santana Lopes aos portugueses abstencionistas, sofredores e maltratados, numa caixa de correio perto de si).

15 fevereiro 2005

Sensibilidade e bom senso


Gostei do Francisco Louçã que esteve ontem no programa "Diga lá, Excelência", da RR / Público / RTP2. Ao contrário do seu estilo habitual (agressivo e, por vezes, algo fundamentalista), Louçã mostrou-se calmo, sensato e clarividente.

Independentemente de nos podermos identificar (ou não) com o conteúdo das propostas do BE, importa sobretudo salientar que o que esteve na mesa foi apenas isso: as ideias e as propostas do BE para Portugal. Ponto. É a diferença entre discutir políticas em vez de politiquices. Simples, não?

Nem tudo o que parece é


Desenganem-se os que, como eu, acham que a informação veiculada pela internet (em sites oficiais e afins) está actualizada (ou mesmo correcta). Depois de uma pesquisa mais atenta, vejo que o site dos Jamiroquai (a que fiz referência no post anterior) não é actualizado desde 2003... Acham normal? Eu também não. Ou melhor, o que não é normal é, provavelmente, eu ainda me surpreender com este tipo de coisas...

11 fevereiro 2005

A Sudoeste tudo de novo


Notícia do dia: o site oficial dos Jamiroquai anuncia um concerto para o Sudoeste deste ano, viva, viva, viva!!!

Não-notícia do dia: no site da "Música no Coração" não se passa nada... isto, claro, se descontarmos o facto de ainda apresentar o programa do Sudoeste de 2004, só para trocar as voltas ao pessoal (eu já a pensar que os Massive Attack vinham cá outra vez!).

Não vou por aí


Não tenhamos ilusões: no dia 20 de Fevereiro não haverão eleições, apenas rejeições.

09 fevereiro 2005

É o Carnaval, senhores!...


O Público faz capa sobre um suposto apoio de Cavaco Silva à maioria do PS. Depois, lê-se melhor e, afinal, descobre-se que o assunto não é de hoje e que o que se queria mesmo dizer é que Cavaco defende as maiorias...

Santana diz que não faz campanha na terça-feira de Carnaval. Depois, traveste-se de primeiro-ministro e chama os jornalistas a Belém para falar de Sócrates e das campanhas nas ruas. De caminho, e antes que desliguem as câmaras, o homem-que-não-gosta-de-entrar-nas-lojas-para-fazer-campanha ainda dá um passeio com os filhos pelo jardim...

A propósito destes carnavais, leia-se "Isto não é jornalismo sério" e "Mas que falta de sentido de estado...", ambos no Abrupto.

07 fevereiro 2005

Elogio da preguiça


Confesso que não me apetece fazer nada. Assim, vou dedicar-me a ouvir esta banda sonora, na esperança que ela me devolva a vontade de fazer alguma coisa mais que não apenas isto: ouvir música.

Já agora, uma viagem a Tóquio também não ia nada mal.

04 fevereiro 2005

O outro lado do debate


A forma como Sócrates e Santana fazem o rescaldo do debate de ontem nos respectivos blogs ilustra bem as suas (diferentes) posturas nesta campanha. Vejamos:

"Ontem, Portugal ficou, efectivamente, a saber quais as diferenças entre o PPD/PSD e o PS. Ficou a saber a diferença entre quem faz, como foi feito em apenas quatro meses, e quem promete que vai fazer sem esclarecer como. Entre a credibilidade de um bom Governo e de boas propostas do PPD/PSD, e de um PS refém de um guterrismo sem Guterres que promete trazer as mesmas pessoas que levaram o País à beira do pântano, como foi dito pelo próprio António Guterres. Quem ganhou o debate? Muitos comentadores se pronunciaram, mas hoje os dois principais jornais de referência fazem a sua análise, com primeiras páginas claras sobre o assunto (...). Estou certo que no dia 20 de Fevereiro o Povo, uma vez mais, será soberano".
Santana Lopes

Santana Lopes está eufórico: citou Guterres no momento em que este abandonava o país e rematou para Sócrates "aqui está o homem que o senhor já tinha saudades de ouvir"; lançou sucessivos números e factos para cima da mesa (e, desta forma, credibilizou o discurso e mostrou que tinha feito os trabalhos de casa).

No entanto, continua autista ao ponto de achar que o seu foi um "bom governo" (e então foi demitido porquê?) e de acreditar na vitória: nas "alegações finais", Santana olhou de frente para a câmara para dizer que tem um sonho, qual Luther King. Só faltou a lágrima.

"Tenho recebido muitas reacções (...) não é de admirar que sejam de felicitações, partindo elas de pessoas que são amigas e camaradas. E, diz-me alguém, com muita graça, que há um sinal claro de que o debate me correu bem: o comentador de estimação do actual líder do PSD diz que ele ganhou, mas por pouco, sem ser por KO. (...) Dos comentadores de serviço esta noite, dizem-me que é o único a achar que o actual líder do PSD ganhou, ainda que por pouco. É bom sinal. Até vou dormir mais descansado"
José Sócrates

Sócrates é cauteloso, mas inseguro. Para quem quer ser primeiro-ministro com maioria absoluta e está permanentemente em vantagem nas sondagens, esta sua insegurança é confrangedora (embora revele honestidade); Sócrates chega ao ponto de admitir que as felicitações o são porque vêm de "amigos e camaradas" e de ficar contente e "dormir descansado" porque Santana ganhou mas foi só por pouco. A forma como escreve traduz bem o suspiro de alívio que deve ter dado no final do debate (em jeito de "uff, já passou!").

Embora tenha estado, de uma forma geral, razoavelmente bem, fica sempre aquela sensação que lhe falta qualquer coisa. E o que lhe faltou ontem sobrou-lhe em rigidez, repetições (de gestos e palavras), e num discurso algo ensaiado.

03 fevereiro 2005

Outro que ensandeceu


Notícia do Público de hoje:

O cabeça de lista do CDS/PP por Coimbra e ministro do Ambiente, Luís Nobre Guedes, apelou hoje a um levantamento dos cidadãos locais para impedir a entrada na cidade do líder do PS, José Sócrates, devido à sua posição favorável à co-incineração.

Terei lido bem? É um ministro a apelar a uma sublevação? É melhor ler outra vez.

Sai uma sondagem para a mesa do canto, s.f.f.

Excerto do blog de Santana Lopes:

2 de Fevereiro
Segundo muitos dos presentes [em Portalegre] aquele foi o maior jantar-comício de sempre do PPD/PSD, com mais de 1800 pessoas que (...) não quiseram deixar de estar presentes e de me apoiar a mim e ao PPD/PSD. (...) O que me leva a pensar se será mesmo real o que dizem sondagens e analistas.

Sugestão para Santana: porque não fazer uma sondagem à saída dos jantares-comício do PPD/PSD?

02 fevereiro 2005

O silêncio (não) é de ouro


Sócrates esteve bem na entrevista de ontem ao Canal 1: repudiou calmamente as insinuações de Santana Lopes e teve tempo para falar das medidas que o PS pretende implementar mal se torne governo. No entanto, perante a pergunta sobre como vai o PS governar caso não obtenha a maioria, Sócrates não respondeu.

Embora compreenda que o silêncio possa ser precisamente a estratégia do PS nesta questão (ou seja, deixar o assunto em aberto, não se comprometer), já compreendo menos até que ponto essa estratégia lhe poderá ser benéfica: com o PCP a colocar-se cada vez mais em bicos de pés para chegar ao governo e o BE a reafirmar que não quer ser governo, em que é que ficamos?

Ou será que é precisamente isto que o PS pretende? Criar a dúvida, para levar os eleitores indecisos e os que temem eventuais coligações à esquerda a votarem PS e, desta forma, alcançar a maioria?

Parece-me uma jogada algo arriscada. Até porque se trata de eleições legislativas, e não de um referendo para decidir se o PS deve ou não ter maioria. As maiorias não se pedem, conquistam-se; com votos, não com vontades. Estão a ver um eleitor a votar "PS-mas-só-se-for-com-maioria-senão-é-branco"? Eu também não.

Sócrates - e a sua equipa - têm que mostrar que estão preparados para todos os cenários. Não vão os eleitores começar a pensar que a equipa só está disponível para governar se for com maioria.

01 fevereiro 2005

A consequência...


... da inenarrável campanha do PSD é, no dia 20, ficarmos a saber quanto vale um partido quando já não é possível fazer pior. Por outras palavras, quantos são e onde estão os seus eleitores cegos. Do ponto de vista meramente sociológico, parece-me interessante. Aguardemos então.

The end


Corria o risco de passar despercebida, tal a quantidade de enormidades que Santana tem dito ao longo da campanha. Mas o Público noticia hoje que a direcção do PS está "estupefacta com o nível a que a campanha está a chegar". Santana atingiu o topo da imoralidade ao fazer um comício em Braga, rodeado de mulheres, para dizer que "o outro candidato tem outros colos. Estes colos sabem bem".

Felizmente (e finalmente!), a indignação chegou aos próprios militantes do PSD. É o fim de Santana Lopes tal como o conhecíamos.