22 novembro 2007

A montanha pariu um rato


Fui ver o concerto de Marilyn Manson como quem vai a uma instalação: sem saber ao que vai mas com vontade de ir, na esperança de ser surpreendido.

Nesse sentido, posso dizer que a surpresa maior foi constatar que o concerto não foi, em si, muito diferente daqueles – maioritariamente pop - a que costumo assistir: muita música, algumas mudanças de roupa e muito pouca encenação (ou melhor, muito menos do que aquilo que se poderia esperar de alguém permanentemente caracterizado e frequentemente associado a acontecimentos menos, digamos, felizes): salvo aparições fugazes de um microfone em forma de punhal, uma bíblia a arder, um ringue de boxe e uma cadeira gigante, o que aconteceu foi sobretudo um concerto de uma banda competente liderada por um tipo com boa voz (outra surpresa).

Na assistência estavam os tugas de sempre, que insistem em bater palmas quando estas a) não são pedidas pela banda e b) não se enquadram na música em questão, e que, mal ouvem a palavra Pórtchugal, desatam a gritar "Portugal-auê" (assumo a minha falta de pachorra para estas – e outras – manifestações de nacionalismo bacoco, temos pena!).

Uma hora e meia depois, e apesar do batalhão de seguranças para um pavilhão meio cheio, saí calmamente a pensar que aquele rapaz de aspecto frágil que manda beijos para a assistência não é O Marilyn Manson. Ou então está apenas mais crescido. É, deve ser isso.

P.S. Ao lado, mObscene, ao som do qual me fartei de dançar.

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