09 maio 2007

Importa-se de (não) repetir?


Ontem à noite, em zapping pela televisão, dou com o início de um debate na Sic Notícias a propósito do desaparecimento da criança Inglesa no Algarve (que os pais deixaram sozinha em casa, by the way, mas isso agora não interessa nada); a jornalista (Ana Lourenço) pergunta a um dos convidados (que não percebi quem era, mas tinha cara - e fatiota - de jurista) como é que os jornalistas podem conjugar o cumprimento do segredo de justiça imposto pelas autoridades e o "dever" de informar as pessoas.

O senhor começa por dizer qualquer coisa à laia de introdução e, depois, como contraponto deste caso, refere-se a um outro, passado no Brasil, em que todas as investigações foram seguidas pelos jornalistas (e emitidas praticamente em directo para a populaça).

Dizia o senhor assim: "(...) no Brasil, no caso dos acimentados, os jornalistas (...)". WHAT???? "no caso dos acimentados"???? E ninguém mandou o homem embora dali, logo naquele momento? Confesso que fiquei petrificada durante alguns momentos... é incrível como alguém se refere a um caso dramático de homicídio como se estivesse a falar do "Apito Dourado" ou da "Operação Páscoa Segura". Além do evidente mau gosto, é de uma falta de respeito atroz.

O facto de vermos imagens de atrocidades todos os dias não pode desvalorizar a atrocidade em si. Uma atrocidade é uma atrocidade é uma atrocidade. Ponto. Haja decência.

Nota: já agora, e tanto quanto sei, o verbo "acimentar" não existe. Mas isso é toda uma outra conversa.

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