24 fevereiro 2006

Mesa de mistura (40)










Conhecer José Gonzalez, Veneer
Revisitar A-ha, Hunting high and low (1985)
Ouvir sempre Kings of Convenience, Quiet is the new loud (2001)

O folk está de volta: seja em versão flower power (Devendra Banhart) ou chic (Kings of Convenience), o facto é que cada vez mais músicos estão a regressar ao acústico.

Tanto José Gonzalez como os Kings of Convenience (o primeiro na Suécia, os segundos na Noruega) parecem inspirar-se em Nick Drake (o que só lhes fica bem) e Simon and Garfunkel (hum… pois). No entanto, convenhamos, é difícil para um músico que pega numa guitarra acústica e canta em tom intimista não ser imediatamente apelidado de "novo Nick Drake", ou "Paul Simon, em bom"...

Mas vamos por partes: José Gonzalez é filho de pais argentinos (daí o nome) e, segundo o próprio, as suas influências são sobretudo a bossa nova de João Gilberto (nota-se bem) e Joy Division (não consegui vislumbrar mas, se ele o diz…). Dessa mistura nasceu este álbum, que é uma óptima colecção de canções intemporais ("Heartbeats", por exemplo), bem cantadas (pelo próprio) e melhor tocadas. Em resumo: quem gosta de Nick Drake (lá terá que ser!) pode comprar o álbum sem ouvir antes.

Os Kings of Convenience dispensam apresentações: "Quiet is the new loud" (nome que traduz na perfeição este regresso do folk) é o primeiro álbum e, talvez por isso, o mais surpreendente (embora, em bom rigor, todos os outros – "Riot on an empty street" e "Versus" - se possam ouvir sempre). Enquanto esperamos pelo concerto da Aula Magna, no próximo dia 29 de Abril.

Finalmente, e para fechar a trilogia escandinava, os A-ha. Pura nostalgia, admito. Pop básico, pronto. Mas o vídeo de "Take on me" continua a ser fantástico e a melodia de "Hunting high and low" também.

22 fevereiro 2006

Eles andam aí


Já é possível ouvir a Radar online (para quem ainda não sabe, a Radar é a melhor rádio de Lisboa). Yessss!

Adenda: E também a partir daqui mesmo! É só clicar no play, ali do lado esquerdo.

17 fevereiro 2006

Mesa de mistura (39)










Conhecer Clap your hands say yeah, Clap your hands say yeah
Revisitar Classix Noveaux, La verité (1981)
Ouvir sempre Nick Cave and the bad seeds, The Boatman’s call (1997)

Provavelmente já não serão uma novidade para ninguém mas… mais vale tarde! Os Clap your hands say yeah são a prova que um site e um word-of-blog podem ser bem mais poderosos que uma editora discográfica. O som, não sendo completamente novo (ou não andassem por lá umas evidentes referências a Talking Heads – sobretudo nas semelhanças entre os trejeitos vocais de Alec Ounsworth e David Byrne - e a Neutral Milk Hotel), tem qualquer coisa de refrescante e, literalmente, independente: sem campanhas de promoção, sem relações públicas, sem os artigos de jornal encomendados e travestidos de opiniões isentas e desinteressadas. Melodias simples e despretensiosas, directamente de Brooklyn. .

10 fevereiro 2006

Mesa de mistura (38)











Conhecer Broken Social Scene, Broken Social Scene
Revisitar Depeche Mode, Music for the masses (1987)
Ouvir sempre Depeche Mode, Violator (1990)

A mesa de hoje é (quase) temática, tinha que ser. O concerto dos Depeche Mode ainda está na memória (desconfio que seja dos que vai ficar sempre) e, como tal, apetece revisitar toda a discografia. Relembrar, por exemplo, que "Behind the wheel" tem 19 anos. Fantástico, não? Podia ter sido escrito ontem. Aliás, se o fosse, talvez não soasse tão actual (assumindo que actual é uma qualidade).

Mais, os álbuns dos Depeche Mode ouvem-se de capa na mão:

"now let your mind do the walking,
and let my body do the talking"
(World in my eyes, Violator)

ou

"Now I'm not looking for absolution
Or forgiveness for the things I do
But before you come to any conclusions
Try walking in my shoes
You'll stumble in my footsteps"
(Walking in my shoes, Songs of faith and devotion, na Mesa de mistura 21)

Só para dar alguns exemplos.

Quanto a Broken Social Scene, confesso que só os descobri agora (existem desde 1999 e são de Toronto). Talvez porque, quando ouvi, reconheci a voz da Feist (no tema "7/4") e resolvi investigar. Imaginem então uma banda que pode variar entre os 5 e os 17 elementos, e cujos instrumentos vão desde xilofones a trombones; resultado: mais do que músicas, por vezes temos mini-sinfonias, que tanto podem ser frenéticas (noisy mesmo, convém avisar!) como cool. Vale a pena espreitar! (Quem gostar deste pode sempre repescar o "You forgot it with people", de 2002).

03 fevereiro 2006

Post(al)




"(...)
Já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o fôr.
Mais nada.
(...)"

Álvaro de Campos, Aniversário

(Para o Mastigador).

Mesa de mistura (37)










Conhecer Belle and Sebastian, The life pursuit
Revisitar INXS, Kick (1987)
Ouvir sempre GNR, Independança (1982)

(Actualização: um grande obrigada ao PGC, que me enviou um jpg com a capa do "Independança" em condições!)