06 maio 2005

Notas soltas


- Old New Labour is back. Afinal, e ao contrário do que os cartazes do BE anunciaram ("eles mentem, eles perdem"), Tony Blair foi reeleito. Um perde, outro foge, outro ganha. É a vida?

- Os mais distraídos não devem ter dado pelas eleições de ontem. O jogo do Sporting (o antes, o durante e, sobretudo, o depois) dominaram (quase) toda a informação. Não há pachorra.

- Excepção para o caso da Vanessa, amplamente noticiado. Porque, infelizmente, as pessoas gostam de dramas e, pior ainda, eles existem. Duas coisas que não percebo: primeira, o porquê da valorização do factor biológico, por si só, sobre todos os outros valores; o que será mais importante para decidir sobre a guarda de uma criança: o factor biológico ou a capacidade de amar, de dar, de cuidar, de educar? Segunda: ainda não se sabe se os criminosos (quem quer que eles sejam) serão acusados de "crime de maus tratos a menor" ou de "homicídio qualificado". Pergunta: se isto não é um homícidio qualificado, então alguém que me explique o que é, que eu não estou a perceber.

- Marques Mendes prova que os homens não se medem aos palmos. A decisão de não apoiar Santana Lopes, Isaltino Morais e, agora, o inenarrável Major, revelam coragem política. Pois que assim continue, sobretudo quando chegar a altura de enfrentar Jardim.

- A este propósito, constato com alguma tristeza que o debate sobre a questão da limitação de mandatos políticos se limita(ou) a discutir o caso de Alberto João Jardim. Como se nada nem ninguém mais houvesse. É pena. Aliás, parece-me que um dos maiores problemas (nossos e do país) é precisamente o tempo que se perde a discutir o acessório em vez do essencial.

- Leio agora que morreu uma das crianças internadas com meningite. Talvez agora a direcção geral de saúde decida encerrar as escolas e os infantários para uma desinfecção (por mais que este tipo de meningite não seja contagioso pelo ar). Na dúvida, deveria ser esta a primeira medida a tomar (ao invés de vir dizer a um grupo de pais assustados que "está tudo bem"). No mínimo, atenuava o clima de insegurança; no máximo, talvez pudesse evitar outros casos de infecção.

Sem comentários: