15 abril 2005

O fim da piada fácil


O problema do governo de Sócrates (e do próprio Sócrates!) face ao de Santana Lopes é que dantes era muito mais fácil escrever qualquer coisa na sequência de uma simples aparição pública (para não falar de entrevistas ou declarações à imprensa que, acto contínuo, motivavam um sem-número de artigos e comentários mais ou menos "galhofentos"). Agora não.

Que dizer de um governo sóbrio e discreto (cujas sobriedade e discrição emanam em primeiro lugar do próprio líder)? Basicamente nada. Ou apenas isso, que é sóbrio e discreto. As propostas parecem justas (a venda livre de medicamentos NSRM, a equiparação do tempo de férias dos funcionários judiciais ao dos outros funcionários públicos, o controlo das baixas e subsídios de inserção fraudulentos, o fim do sigilo bancário sempre que tal seja imperativo, o controlo à evasão fiscal, a tentativa de não subir os impostos, o propósito de não recorrer a receitas extraordinárias para controlar o deficit, a redução do número de mandatos consecutivos para cargos políticos executivos, etc...) e, de facto, parecem querer servir o interesse geral.

Em suma, a diferença entre os dois governos é que, enquanto Santana Lopes se limitou a ser engraçado, Sócrates caiu em graça. E, lá diz o ditado...

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