18 fevereiro 2005

Requiem


A campanha eleitoral acaba hoje. Para a memória (ou talvez não) fica um sem número de discussões inóquas (os boatos, os colos, os outdoors, os debates que o Guerreiro-Menino-Santana queria fazer a propósito de tudo e que depois cancelou a propósito de nada), de choques que dantes eram reformas e de metas que dantes eram promessas. Conclusão: nada, zero, o vazio absoluto.

Como já referi há dias, o que está em causa nestas eleições é, tão-só, a expulsão do governo. É um voto de rejeição, não de eleição e, como tal, não representa uma verdadeira escolha. Se tal fosse possível (ou seja, se não tivéssemos um sistema de quase bipartidarismo), seria até indiferente que ganhasse o partido x ou y, tal a urgência da mudança (o "não sei por onde vou, sei que não vou por aí", de José Régio, ilustra bem esta situação).

O facto de se ter atingido o grau zero da governação é, ao mesmo tempo, bom e mau para o governo que aí vem: bom porque lhe basta fazer pouco para parecer muito; mau porque não lhe bastará fazer muito para conseguir fazer bem.

Resta-nos, por isso, desejar que faça o melhor. Por todos.

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