31 dezembro 2008

Retro is the new Modern


Nem de folks woodstockianas, a solo (Bon Iver) ou em coro (Fleet Foxes), nem de vozezinhas frágeis (Lykke Li), nem de canções massacre (The Walkmen): 2008 é bem capaz de ter sido o ano do retro delicioso dos The Last Shadow Puppets. Dúvidas? É conferir* ali ao lado.

Por falar em 2008 e em puppet: havia necessidade de ouvir o Rui Reininho a cantar Bem Bom? Não havia.

* My Mistakes we made for you, do álbum The age of the understatement.

27 dezembro 2008

12 dezembro 2008

Lloyd Cool



"She performed the song on Jay Leno's tonight show, which is the closest I've ever been to appearing on that show."

Lloyd Cole, aqui, a propósito da cover de Rattlesnakes feita por Tori Amos, em 2001.

(foto: David Sims)

10 dezembro 2008

01 dezembro 2008

Solidariedadezinha


Chocam-me sempre aquelas pessoas que, à porta do supermercado e de saco do Banco Alimentar na mão, dizem que ajudam sempre "porque amanhã posso ser eu a precisar". Choca-me ainda mais ver a presidente da referida instituição destacar precisamente esse tipo de comentários para ilustrar o Portugal solidário. Que me desculpem os mais sensíveis, mas isso não é solidariedade, é uma espécie de pagamento por conta. Solidariedade é dar sem esperar nada em troca. É dar independentemente de. É dar.

27 novembro 2008

O mundo é um lugar estranho


Bombaim, 2005 (foto minha)


Bombaim, 2008 (foto El País)

23 novembro 2008

Being boring


Podia ser uma justificação para todo este tempo de ausência. Mas não, é apenas o nome da canção ali ao lado, uma popalhada elegante como já não há (sim, eu sei que estes senhores também fizeram coisas inenarráveis como o It's a sin, mas quem nunca pecou que atire a primeira pedra). Atentem na mood do video. E nos rabos*.

* by Bruce Weber, que (sobretudo) os costuma fotografar embrulhados em boxers Calvin Klein.

5020


Sim, sou eu. Só mudei a pintura.

27 setembro 2008

02 agosto 2008

JP Simões na ZdB


Fui com a curiosidade de quem gosta de JP Simões, mas não (ainda) tanto que tenha sequer comprado o 1970. Sabia das letras excelentes, da forma intimista de cantar e tocar, da influência assumidíssima da Bossa Nova ("os Brasileiros estão sempre a roubar-me as ideias... 20 anos antes"), da inquietação do José Mário Branco, da minha geração. Fui assim. E vim rendida a um JP Simões que fala (imenso, e ainda bem!) num registo pseudo-tímido de avanços e recuos, de quem quer dizer tudo mas... talvez seja melhor não.

No fim do concerto, sai da sala e volta 30 segundos depois, para o encore: "se calhar devia ter esperado um bocadinho mais, não?".

(Foto by Papa, com telemóvel)

Actualização: entretanto, fui comprar o 1970 e descobri que a minha geração não se chama assim (embora pudesse!): chama-se precisamente 1970 (retrato). Estamos sempre a aprender.

09 maio 2008

Portuguese do it better


Enquanto não volto a ter tempo (e paciência, precisamente daquela que só o tempo dá) para voltar a escrever por aqui, deixo ao lado os putos a roubar maçãs dos Dead Combo. Porque sim.

07 abril 2008

É hoje, é hoje!



A abrir com uma actuação (exclusiva) dos Radiohead - who else? - e outra dos Liars. A coisa promete.

04 abril 2008

Alguém tinha que dizer isto


A nova música dos dEUS, The Architect, é demasiado parecida com algumas músicas dos Blasted Mechanism. Aquele "...reason to believe..." do refrão é a voz do Karkov. Que me desculpem os Barmanianos mais ferrenhos.

02 abril 2008

Incontornável



Varanasi, India, 2006.
(Clicar para aumentar, atentar nas expressões.)

How to disappear completely


Tanto festival, tanto concerto, tanto showcase, tanto não-sei-quê-set e ninguém é capaz de (voltar a) trazer estes gajos a Portugal! Montez, Covões, pá!, de que é que estão à espera?

(Auto-flagelação aqui ao lado. Ao vivo e tudo, para doer ainda mais.)

31 março 2008

Sic(k), outra vez


Sábado de manhã tardio, ligo a Sic Notícias para ver o Jornal das 14h antes de sair de casa, não vá ter acontecido alguma coisa mais importante que o puxa e estica do Carolina Michaelis.

Ainda apanho o fim de um programa chamado, salvo erro, "Música do Mundo", que apresenta o novo (?) vídeo da (arghh!) Mariah Carey. A senhora, como é seu apanágio, está a rebolar-se em lingerie por tudo o que é cadeira, cama, relva e demais superfícies, imagem que inspira a jornalista (?) a dizer, em voz off - e passo a citar – "pela beleza do seu corpo ninguém diria que Maria Carey acaba de completar 38 anos". Pasmo, estanco, quase engasgo. A jornalista acha, portanto, que o normal é que as mulheres que já têm 38 anos sejam velhas, gordas e flácidas. Ainda bem que temos a Mariah Carey para provar o contrário e a jornalista da Sic Notícias para nos lembrar disso, uff!

O programa acaba, começa o Jornal. A propósito de mais um crime da máfia - a Calabresa, desta vez - a estação decide instruir o povo e mostrar, no mapa de Itália, onde é que fica a região da Calábria:


Ora, como toda a gente sabe e todos os jornalistas deveriam saber, aquilo que está indicado no mapa acima é a região da Campânia, não a da Calábria (deixo a seguir um mapa correcto; se os senhores jornalistas forem a correr, ainda o apanham).


Sigo. Agora a notícia é a de uma entrevista que John Martorano - o homem mais procurado dos Estados Unidos durante os últimos 20 anos, dizem eles – deu ao “60 Minutos”. Ei-lo aqui:


Alguém me sabe explicar o que é um Ex-assassino?



Desisto, desligo a televisão, lamento o tempo perdido. Vou para a rua.

21 fevereiro 2008

The Kills


Talvez sejam o meu casal preferido da pop (ok, não sei sequer se são um casal mas, se não são, vou ali fazer uma petição e já venho). Jamie Hince e Alison Mosshart (também conhecidos por Hotel e VV, respectivamente) estão de volta com um album novo - Midnight Boom, onde se inclui este fantástico Cheap and Cheerful* - e, também, a Portugal: dia 12 de Abril, na Casa da Música. Carago. Quem não os viu no Sudoeste em 2005 não deverá perder este concerto. Quem viu, também não.

* É conferir aqui ao lado.

21 janeiro 2008

Alison no país das maravilhas


Aqui ao lado: A&E*, do novo álbum dos Goldfrapp, Seventh Tree; diz quem já o ouviu que está mais próximo de Felt Mountain que de Supernature, o que me deixa (ainda) mais curiosa. Aguardemos, pois.

* Anything and Everything.

Não há coincidências






Qual Nokia Trends Lab, qual quê...

04 janeiro 2008

... das leis da morte libertando.


Há uma mendiga ao fundo da rua cuja existência se resume a, além de si própria, um gato e um cão, dois carrinhos de supermercado cheios de lixo. Curiosamente, e ao invés de outros com a mesma condição, esta não escolhe arcadas nem viadutos para, digamos, assentar arraiais, preferindo passar os dias (e as noites, suponho) ao completo relento, a bordar e bordar e bordar trapos e trapos e mais trapos imundos. De vez em quando muda-se para uma centena de metros mais abaixo, empurrando os carrinhos pelo meio da avenida - primeiro um, depois outro - indiferente à velocidade dos carros que se vão desviando. Depois volta, passado algum tempo, pelo mesmo caminho.

Um dia destes, quando cheguei a casa, tinha havido um atropelamento – sirenes, polícia, um corpo no chão coberto com um lençol - “foi ela”, pensei, mas, na manhã seguinte, lá estava de volta aos bordados e a vociferar com(tra) o mundo, no esplendor da sua imortalidade.

É provável que James Lavelle e Tim Goldsworthy (que respondem pelo nome de UNKLE desde 1994) também conheçam alguém assim; o vídeo, tão arrepiante quanto fantástico, para a canção Rabbit in your headlight não pode ter surgido por acaso.

(E sim, a voz é mesmo de Thom Yorke).