22 agosto 2007

Insert coin


Confrontado com a notícia sobre o financiamento ilícito ao PSD pela Somague, Marques Mendes diz, primeiro, que não sabe de nada e, logo a seguir, que só é presidente do PSD desde 2005 (ou seja, que, haja o que houver, a culpa não é dele). Tendo em conta que Marques Mendes era, na altura do referido financiamento, ministro do governo PSD (de Durão Barroso), só podemos concluir que: se não sabia de nada, é incompetente; se sabia, é mentiroso.

No mesmo dia, Marques Mendes resolve propôr uma série de medidas relativas às PME's que, segundo o próprio presidente do IAPMEI, já se encontram actualmente em vigor. Perante esta evidência, o superior Marques Mendes diz apenas que não responde a funcionários. Ele, o homem sobre quem não se conhece mais nenhuma actividade na vida que não seja a de funcionário do PSD*.

P.S. Entretanto, e ainda no PSD, soube-se
hoje que Luís Filipe Menezes é um mestre do copy+paste. Pobres dos que ainda não perceberam que as chico-espertices na internet duram pouco tempo (e, geralmente, acabam mal!). Ai, ai...

* parece que deu umas aulas na Independente ou lá o que foi, mas, como isso foi apagado da biografia, ficamos assim.

21 agosto 2007

Eternal sunshine of the spotless mind


Um grupo de cientistas israelitas descobriu uma proteína que, além de manter viva a memória, pode também... apagá-la! Aqui.

09 agosto 2007

Não há almoços grátis


Jornal Público, ontem (sem link):
Próximo orçamento da Madeira vai incluir verbas para custear aborto
O presidente do Governo regional da Madeira garantiu que o orçamento de 2008 vai incluir verbas para financiar a interrupção voluntária da gravidez (IVG) nos hospitais do arquipélago.


Jornal Público, hoje:
Governo aprova novo regime de benefícios fiscais na Zona Franca da Madeira
O Governo aprovou hoje um diploma que altera o regime de ajudas do Estado à Zona Franca da Madeira, para o período de 2007-2013, que permitirá uma redução dos impostos pagos pelas empresas.


[Necessidade de] Justificação dada pelo governo, expressa no Comunicado do Conselho de Ministros*:
"As orientações estratégicas subjacentes à proposta do novo regime da Zona Franca da Madeira assentam, essencialmente, no pressuposto - reconhecido, aliás, pelas instâncias comunitárias - que os incentivos fiscais a consagrar tem por destinatário uma região ultraperiférica e se destinam a compensar os condicionalismos ao desenvolvimento existentes na Região Autónoma da Madeira".

Ou seja, o constrangimento do governo é tal - ele sabe que as pessoas não são estúpidas e que, como tal, vão somar 2+2 - que se sentiu compelido a invocar razões superiores - a UE - para justificar o injustificável.

* bold meu.

A informática, essa grande desconhecida


A notícia é de ontem mas tive que esperar até à noite para confirmar se tinha ouvido bem. Tinha. Portanto, até agora - Agosto de 2007, século XXI, 6 Governos Provisórios e 16 Governos Constitucionais depois - tínhamos um sistema fiscal que permitia a alguns milhares de calaceiros (os que se sabem que são, que aqueles que também o são mas não se sabe, são muitos mais) receber benefícios fiscais da mesma entidade (leia-se Estado, logo, nós) à qual se davam ao luxo de não pagar as contribuições devidas.

Por outras palavras, até agora - Agosto de 2007, século XXI, 6 Governos Provisórios e 16 Governos Constitucionais depois - não tinha havido nenhum técnico da carreira de informática do Ministério das Finanças que tivesse pegado no seu Spectrum para, através de intricados e espinhosos If-Thens e Go-Tos, cruzar a lista de devedores com a de credores e descobrir a roda, perdão, descobrir que os calaceiros supracitados figuram em ambas. Wow!

Já não falta fazer tudo, valha-nos essa consolação.

07 agosto 2007

Leituras de Verão


"Rui, tomando banho:
Eu sou um cara normal, igual a todo o mundo.
Primeiro eu passo o sabonete no peito,
depois na barriga, aí sovaco e braço,
depois bunda, aí na região do pinto,
depois eu desço pela perna direita até aos pés,
subo pela esquerda até à bunda e dou mais uma ensaboada,
aí uma última passadinha no pinto, e pronto. Normal."

"Vani, deitada, olhando pro teto:
Eu sou uma mulher normal: passo metade do tempo pensando merda.
Agora, por exemplo, eu tô pensando se eu devia ter dito uma coisa que eu disse,
ou se era melhor não ter dito, ou dito de outra maneira,
dizendo sem precisar de dizer."


in "Os melhores momentos de Os normais", Fernanda Young e Alexandre Machado, Ed. Palavra, 2002.

Detesto musicais (ii)


Mas gosto da música dentro dos filmes. Desta música, diálogo impossível entre Bob e Charlotte - "More than this, there is nothing" - como se toda a acção tivesse sido pensada apenas para culminar aqui.